quarta-feira, 24 de abril de 2013

Sobre a dor



Dor dilacera, é um adjetivo comumente associado a ela. Dilacera, porque faz com que você perca o rumo, perca a capacidade de pensar, de agir. Consome, porque pouco a pouco vai chegando a partes do corpo e da consciência que muitas das vezes você nunca imaginou existirem. Alucina, porque os pensamentos saem ar, não encontram ordem, sentido e nem começo ou fim.

Fim da dor? Início dela? Difícil estabelecer. Se fosse fácil, de repente também seria fácil extinguir ou prevenir. Mas não é. Dor é feita de matéria dos sonhos perdidos, dos amores rompidos, das esperanças esquartejadas, uma matéria de tão difícil definição, sem forma, odor ou cor, que quando se aproxima é praticamente impossível estabelecer, Mas quando vem, penetra fundo em todos os pontos do ser, indo contra mesmo até o princípio de que dois corpos não ocupam o mesmo local no espaço.

Não é por acaso, é com origem e destino definidos. Mas os mesmos podem ser involuntários, culposos ou dolosos. Mas exalam a matéria da dor de forma ininterrupta. E sabem para aonde exalar, mas não sabem quando parar.

Dor...

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