segunda-feira, 23 de maio de 2011

Manifesto contra o politicamente correto


Vivemos numa sociedade que cada vez mais precisa de regulamentações. As diversas facetas que compõem nossa vivência estão se tornando cada vez mais diversificadas, plurais, e cheias de reentrâncias e detalhes. Isso acarreta, principalmente para aqueles que precisam de uma visão prévia ou mesmo um “manual de instruções” para lidar com as situações, que se listem as atitudes e caminhos a serem seguidos.

Nesse contexto entra o que se define como “politicamente correto” – um guia de atitudes, ações e pensamentos que devem ser levados em consideração na vida cotidiana, principalmente no que tange aos relacionamentos humanos. Palavras que devem ser seguidas, atitudes e reações a serem tomadas, e por aí vai. Não existe um guia escrito na verdadeira acepção da palavra, e isso está se tornando tão enraizado na sociedade moderna que muitas das vezes as pessoas acabam sendo “politicamente corretas” mesmo sem saber.

E isso me incomoda, E MUITO! Primeiramente, porque é um mecanismo de perda de individualidade. No momento em que a pessoa renuncia à sua liberdade de pensamento, de julgamento e de ações em prol de algo que ela, ou a sociedade em volta (ou o senso comum) julgam ou determinam como correto. Daí, como o músculo não utilizado que atrofia, também a capacidade de pensar, de analisar as situações e de tomar decisões se atrofia, já que não é necessário realizar todo esse processo, pois todo um contexto externo à pessoa já fez isso por ela. Como resultado, temos a mediocridade, a imbecilidade e a as mentes limitadas, acomodadas, preguiçosas, e também transtornos psicológicos diversos, decorrentes da falta de habilidade das pessoas em lidar com situações as quais ela não teve “preparo” para analisar e resolver.

Segundo, e talvez o mais sério ainda, é a enorme quantidade de hipocrisia e demagogia que o politicamente correto vem gerando. Explico-me melhor: as pessoas querem aparentar serem politicamente corretas, e também manter as aparências quanto aos seus objetivos e perspectivas, mas na realidade, na verdade, estão longe de serem da forma como a sociedade impõe que devem ser. Exemplifico: cansei de ver pessoas baterem no peito e dizerem que procuram por relacionamento sério, que querem algo estável e ecoam isso pelos quatro cantos, mas as atitudes cotidianas dessas mesmas pessoas e suas atitudes são o extremo oposto, caem e com gosto na “putaria”, na causalidade e na “busca” desenfreada e frenética. Outro exemplo: quantos se dizem avessos aos preconceitos em geral, porque ser PRECONCEITUOSO é ser politicamente incorreto, é claro, mas frequentemente assumem posições, palavreados e pequenas posições que refletem indubitavelmente diversos “pré-conceitos”.

E isso gera conflito de personalidade, falta de autoconhecimento e de auto-aceitação, pois quando as pessoas caem em si e são defrontadas com suas próprias contradições, entre o que sai da boca, o que se espera dessa pessoa (e o que ela mesma espera de si), e o que se concretiza como realidade através de seus atos, todo um castelo de cartas vai ao chão. Entra em cena então a pré-citada demagogia, e o que mais comumente se afigura é que a pessoa tenta ao máximo esconder para debaixo do tapete tudo aquilo que ela mesma fez que vai contra ao que é politicamente correto, e ao que ela mesma apregoa. Podem ter certeza que mais da metade do que as pessoas acusam como sendo “fofocas”, “intrigas da oposição”, “buchichos” são coisas que ela tenta ao máximo ocultar, mas que, como tudo que existe, invariavelmente se tornam públicas e evidentes.

Em minha opinião, o caminho da evolução e do aperfeiçoamento envolve a plena aceitação da nossa personalidade, das nossas qualidades e principalmente defeitos, pois quando se assume esses defeitos, torna-se muito mais fácil analisar quando eles aparecem, de que forma e como se expressam, e então, para uma mente ordenada e equilibrada, torna-se também muito mais fácil burilar esses defeitos para que essas facetas da personalidade sejam manifestadas de uma forma muito mais branda ou lapidada.

A liberdade de pensamento, de opinião, o livre arbítrio, a capacidade de orquestrar através da plena observação das situações as próprias verdades e diretrizes são, para mim, características fundamentais de pessoas tidas como inteligentes e perspicazes. E todos somos capazes de alcançar esse grau de inteligência através da calma, da paciência, do foco de objetivos e perspectivas e da manifestação real de nossas vontades.

Abraços do Basileu.

4 comentários:

Vitor Hugo Moreau disse...

Me cansa essa estória de politicamente correto. Essa MERDA serve pra mascarar a hipocrisia de uns FILHOS DAS PUTAS que se omitem de situações que possam gerar algum desconforto com a desculpa ESCROTA de não ferir o direito do próximo. Com isso, compactuam com um bando de CORNOS que usurpam tudo o que é coletivo. Esses PUTOS que se escondem por trás dessa máscara de politicamente corretos são tão BABACAS que não percebem que o próximo CU na reta pode ser o deles! Acho que todas as relações devem ser pautadas no respeito mas acho que faz parte do tratamento respeitoso agir com sinceridade. Você não precisa mandar aquele seu desafeto pra PUTA QUE O PARIU todo vez que encontrar com ele mas acho que ficar abrindo os dentes, fazendo piadinha, confraternizando e, principalmente, compactuando com as ESCROTISSES dele uma falta de ética do CARALHO!
E tenho dito.

Astria disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Astria disse...

Concordo plenamente com vc, caro e amado amigo. Ser "politicamente correto" denota uma hipocrisia ímpar em q diz adotar tal atitude. Se vc é correto, não precisa ser político, ainda q as pessoas discutam o q é certo e é errado. Mas acima de tudo, o homem é dotado primeiramente de livre-arbítrio, e a partir daí, sabe-se q é livre para se fazer o q bem entender por certo e errado. Mas as regras da sociedade estão aí para nos civilizar, e, para quem acredita, as de Deus para nos guiar a caminho do Bem maior. Dele (Deus) pretendo tomar por certo e seguir o ensinamento maior q Ele trasmitiu através de Jesus (e Buda, e Krisna, Alá, e etc e etc): Fazer aos outros aquilo q gostaria q fosse feito a vc e não fazer aquilo q não gostaria q fizessem contigo, ou seja, AMAR A TODOS INCODICIONALMENTE, na total acepção da palavra amor. Quem quiser acreditar, acredite. Eu tb sou livre pra acreditar nisso e seguir minha vida por esses preceitos. Um beijo enorme, daquela amiga-irmã q te ama incondicionalmente!

Astria disse...

Apenas uma correção teológica, q meu marido me alertou: Alá é Deus, então o certo seria dizer, ao invés de Alá, Maomé. Mas o sentido permanece, ok? Bjs