Que le temps d'avant, c'était le temps d'avant
Tão fácil às vezes lembrar-se de situações as quais seriam preferíveis que não fossem difíceis de esquecer. A mente torna, retorna, e chega a um ponto de partida, como se andasse em círculos. Não obedece a vontade própria, aliás, ELA sim possui essa vontade própria.
Queria não lembrar que errei. Queria apenas aprender com esses erros, e não mais cometê-los, e dessa forma não conviver mais com eles.
Queria não lembrar que fui humilhado. Queria apenas consertar todas minhas características que foram dignas de humilhações, para que elas não mais se apresentassem.
Queria não lembrar que devotei atenções e prioridades a quem não as queria, e que, portanto as legaram à mera e reles basura. Queria apenas aprender à quem direcionar tamanha força e concentração a pessoas que realmente fossem dignas.
Queria não lembrar que amei, e por amar, fui reduzido a motivo de escárnio e deboche. Queria apenas amar de novo, e sendo mais específico, ser capaz de amar de novo, sem receios e pés atrás.
Queria não lembrar que na grande maioria das vezes a vida não nos oferece exatamente aquilo que nós queremos. Queria ter a certeza que aquilo que desejo eu posso ter e alcançar, sem o medo de que a luta possa ser em vão.
Queria não lembrar que a vida pode ser cruel e ameaçadora em grande parte das vezes. Queria ter a ilusão de que tudo são rosas, e rosas, e rosas, e que não preciso andar com medo de tropeçar em pedras e espinhos.
Queria não ser realista ao extremo. Queria apenas me permitir o direito de sonhar com coisas que se afiguram como extremamente impossíveis de serem realizadas, e de se tornarem prática comum e corrente.
Queria esquecer que existe o fator limitante TEMPO. E que muitas coisas não se resolvem somente com o tempo. Queria apenas convencer-me que possuo todo o tempo disponível para acertar o verdadeiro caminho e para esquecer daquele que acabei de trilhar sem destino.
Queria esquecer que para tudo na vida, as pessoas demonstram interesse. Queria apenas acreditar que muitos, pelo menos a maioria, pautam suas ações pela total e completa falta de interesse, única e exclusivamente objetivando o bem estar alheio e a doação, assim como o fiz em tantas oportunidades.
Queria deixar no “tiempo del olvido” que por muitas vezes em todos os lugares que passei em minha vida até hoje, deixei pessoas com às quais em algum momento possa não ter agido corretamente. Queria ter a percepção que sempre consegui agradar a gregos e troianos, e que todo meu esforço foi sempre recompensado com a gratidão, e que por nenhum momento ocasionei a infelicidade alheia.
MAS, COMO PERCEBO POR TUDO QUE PASSEI, NEM SEMPRE O QUERER É PODER!
POSSO, por sobremaneira, tentar equilibrar coração e sentimento, half to half, e medir toda a doação, para que essa não seja nem escassa a ponto de se pressentir um descaso, e nem excessiva, a ponto de ser mal-entendida e possivelmente limitante.
POSSO, de uma forma simples, olhar em frente, aprender com os erros, pensar sempre antes de agir, e dessa forma minimizar daqui para frente a ocorrência de acontecimentos dos quais seria melhor nem lembrar.
POSSO, e tenho a capacidade para isso, tornar meus sentimentos mais passíveis de controle, e mais previdentes, e antes de ser tomado de paixões efêmeras e passageiras, raciocinar melhor a quem entregar meus sentimentos, que de tão difíceis de serem definidos, acabam se tornando um bem extremamente raro.
POSSO, com larga margem de razão, conscientizar-me de que apesar de fazer sempre o possível, aqueles que nos rodeiam são fruto de uma vivência diferente, e por isso acabam enxergando e entendendo os fatos de maneiras díspares, e dessa forma podem enxergar as coisas de uma forma muito diferente da minha. Nesse sentido, mal-entendidos podem ser constantes, e não dependem exclusivamente de mim para que aconteçam.
POSSO, todavia todos podemos, fazer do tempo um aliado, mas um aliado ao qual demonstramos respeito e subserviência, pois ele é quem vai dirigir a cinética dos acontecimentos, e que determina a duração dos objetivos e das próprias capacidades e a intensidade dos atos perante a sua necessidade.
POSSO, e quero ter certeza disso, esperar que “para todo pé torto, existe um chinelo velho para calçar”, e deixar o tempo ser rei, e adestrar os sentimentos à sombra da razão, e aguardar para que o dito “save the best for the last” ocorra na prática.
Depois de avaliar isso tudo, espero acreditar que o tempo de antes, FOI o tempo de antes.